NOTA. Gravação de pilotos e torre revela OVNIs em Manaus?

Informante: Kentaro Mori, kentaro.mori@gmail.com



“Nos dias 26 e 27 de junho deste ano, avistamentos de objetos luminosos voadores aconteceram em vários pontos de Manaus e em cidades próximas… Nesta noite, um radio amador afirmou ter captado uma conversa entre a torre e o piloto de um vôo da gol”.
CUB: Gravação mostra diálogo de suposto piloto com a torre de Manaus

A julgar pelas consultas que já recebemos a respeito da gravação, ela pode fazer sucesso, e é assim mais do que necessário esclarece-la ainda que não seja tão extraordinária…

Porque, como qualquer um pode presumir, o áudio poderia ser facilmente forjado. Como provavelmente foi. Já no relato citado pelo CUB encontramos a primeira inconsistência: é evidente que a gravação é uma colagem de áudios de fontes diferentes, com qualidade e artefatos diversos. Não pode ter sido captada por um único “radio amador”, sintomaticamente anônimo.

Um comandante de aviação nos envia mais comentários, confirmando a avaliação de que o áudio mescla trechos verdadeiros da comunicação entre piloto com excertos falsos, repletos de incoerências e erros evidenciando a fraude:

“Vejam o que está correto e o que está errado….
[A] gravação de um vôo Gol, [é] autêntica. Nota-se o ruído de fundo dos motores, e a distorção da voz típica em comunicações VHF;
01:02
Modifica-se a voz do suposto piloto;
Até a instrução para descida na proa 130° a fonia do controle é aceitável, porém a observação [citada no relato] não está em concordância com aproximação na pista 10, o ILS localiza-se nessa pista e é, portanto, a comumente usada
01:20
Completamente sem sentido a instrução de 470010;
02:06
Pilotos mencionam "tráfego a tantas horas", e não "avistamento a tantas horas";
02:30
Pilotos usam "Luzes de pouso", e não luzes de aterrisagem;
03:00
Utilizam "sem vigilância", quando o normal é "sem contato";
03:27
Utilizam "rastreamento", quando comum é "contato radar";
03:34
Os controles não se sobrepõem, como no caso do "Centro Amazônico".
Se houvesse a intervenção do Centro Amazônico seria diretamente com o controle de aproximação de Manaus em outro canal (frequência). O suposto GOL estaria em operação de aproximação para pouso, e uma interferência desse tipo poderia por em risco a segurança do vôo.
04:12
Curva agora para "2708"…Impossível. Os rumos são expressos de o a 360°.
04:47
3704…Impossível esse rumo.

[Além disso] nas novíssimas aeronaves Boeing, como as da GOL, o nível do ruído das turbinas é extremamente baixo, principalmente quando em descidas em motores em "Idle" (equivalente à marcha lenta). O que se escuta parece ser, e provavelmente é, o som de fundo do MS Flight Simulator, onde tais ruídos são aumentados para maior prazer dos usuários.

O suposto "Centro Amazônico" emite uma determinação para ser mantido 3000 pés, e nada além disso. Ora, a TA (transition altitude) em Manaus é de 2000 pés, e 3000 pés deveria ter sido tratado como FL (Nivel) 30, pois ainda não tinha sido inserido o ajuste barométrico nos altímetros de bordo. Nenhum controle emitiria uma determinação baseada apenas em altitude e proa, mas a complementaria com um limitador como "mantenha FL 30 na proa 270° até tantas milhas DME (equipamento eletrônico me mede distâncias em milhas), ou aguarde novas intruções, ou aproe o NDB / VOR e inicie órbita (um padrão circular em torno de um auxílio rádio NDB, ou VOR).

Apesar de não estar errado, o tráfego que passava no FL 110 foi reportado como a 11.000 pés (incomum), e não foi observado nenhuma mensagem do "Centro Amazônico" a ele. Se havia urgência e perigo, ou precauções, TODAS as aeronaves deveriam ter sido cientificadas / controladas para longe do suposto objeto.
O que não aconteceu.

Nada pode defender a autenticidade desse vídeo, a fraseologia não é padrão, as vozes são forçadas, os rumos denotam ignorância no assunto, a fonia a partir de um helicóptero não demonstra a vibração na voz típica devido a rotação das pás”

Talvez a divulgação destas informações sirva para conter a popularização do vídeo, ao que tudo indica uma fraude grosseira.